"Os evangélicos odeiam Maria." Estas palavras foram proferidas por uma freira, após ter ouvido de um pastor, no hospital, a seguinte frase infeliz: "Maria é uma mulherzinha como qualquer outra." Muitos evangélicos, no afã de mostrar a verdade sobre Maria, acabam considerando-a de uma forma que o nosso Deus não a considera. Deus nos ensina que Maria é bendita entre as mulheres. (Lucas 1:42) A palavra grega para "bendita" é "eulogéo", e significa "favorecido por Deus, abençoado". O favor e a bênção de Deus para Maria foi o privilégio de ser a mãe do homem Jesus Cristo, o Salvador. Maria foi provavelmente o maior exemplo de intimidade com Jesus, desde amamentá-lo até o acompanhá-lo em sua morte como homem. Com certeza, ela não era uma mulherzinha como qualquer outra, mas uma pessoa muito abençoada. Cremos que Maria está no Paraíso, sujeita ao Senhor Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Agradecemos a Deus por Maria inspirar em nossas irmãs cristãs o desejo sincero de agradar a Deus e cumprir o feliz papel de amar os filhos como Maria amou a Jesus.
O Que O Catolicismo Fez Com Maria
Conforme poderemos observar em outros artigos sobre Catolicismo, além de crer na Bíblia como a Palavra de Deus, os católicos são ensinados a crer na Tradição. Observe:
"A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só depósito sagrado da Palavra de Deus, confiado à igreja." - Documentos do Concílio Ecumênico, Vaticano II, página 354, item 10, Editora Paulus, 2a. Edição, 2002.
Tal tradição seria um conjunto de crenças e dogmas ensinados verbalmente, extra-biblicos, mas segundo o Catolicismo, unida esta Tradição à Bíblia, sendo ambos um só depósito sagrado da Palavra de Deus. Dentro dessas tradições, desenvolvidas no decorrer da história da Igreja Católica, encontramos os conceitos errôneos sobre Maria. Analisemos alguns deles:
"Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de Deus Pai. É Ele mesmo Deus." - Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, questão 95, página 45, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 2005.
"Maria Santíssima - É Mãe de Deus. Embora a Sagrada Escritura não diga que Maria é Mãe de Deus, afirma expressamente que Jesus é o verdadeiro Deus, e que Maria é sua mãe. Portanto, segue-se que ela é mãe de Deus." - Bíblia Ave-Maria, página 1588, Verbete Maria Santíssima, Editora Ave-Maria, 2a. Edição, formato grande.
------------------------------
Refutação Apologética - A Bíblia ensina que Jesus possui duas naturezas - perfeitamente Deus e perfeitamente homem. (Veja Filipenses 2:5-8) Aqui na terra, Jesus demonstrava que posuía essas duas naturezas. Muitas vezes falava e agia como homem, outras vezes falava e agia como Deus. Definir isso é muito complexo, mas Richard Muller o faz de uma forma interessante:
"É a aquisição da natureza humana pela pessoa eterna e preexistente do Filho de Deus de tal forma que atrai a natureza humana em unidade com a pessoa divina sem divisão ou separação de naturezas, mas também sem mudança ou confusão de naturezas; todavia de tal forma que os atributos de ambas as naturezas pertençam à pessoa divino-humana e contribuam conjuntamente para a obra de salvação." - Muller, Richard A., Dictionary of Latin and Greek Theological Terms, página 316, Grand Rapids: Baker, 1985.
Assim, apartir do exato momento da concepção, obra esta do Espírito Santo de Deus, Jesus, "possuindo uma natureza divina, assumiu uma natureza humana que ficou unida à sua personalidade. Essa união, em si mesma, não era essencial ao Filho, mas era essencial para que houvesse um Redentor."(Campos, Heber Carlos de, A União das Naturezas do Redentor, página 87, 1a. Edição, 2005, Editora Cultura Cristã) O que isso tem a ver com Maria? Bem, ela é mãe, não de Deus, mas do homem Jesus, pois as naturezas não se confundem. Ela era a mãe do homem, o qual possuía a Natureza Divina. Maria era mãe do homem Jesus, o qual:
"01. Teve ancestrais humanos. - Mateus 1:1, 20-25; Lucas 2:1-7; 3:23-38;
02. Teve uma concepção humana. - Lucas 2:4-7.
03. Teve um nascimento humano, pois sua mãe, Maria, teve gravidez de nove meses. - Lucas 1:26, 56, 57.
04. Teve uma infância humana, sendo circuncidado (Lucas 2:21, 22); impres-sionava em seus conhecimentos (Lucas 2:41-49);
05. Passou fome humana. - Lucas 4:2;
06. Teve sede humana. - João 4:6, 7;
07. Sentiu cansaço humano. - João 4:6; Marcos 6:31;
08. Teve emoções humanas: chorou (João 11:35), perturbou-se (João 11:33) e ficou irado (João 2:15);
09. Tinha senso de humor (humor baseado no senso do ridículo). - Mateus 23:24;
10. Tinha linguagem e cultura humanas: Era Judeu, tinha uma mãe judia. - Mateus 1:1, 20-25; Gálatas 4:4; João4:5-9.
11. Teve tentação humana. - Hebreus 4:15; Mateus 4:1-10.
12. Era de carne e osso humanos: foi perfurado (João 19:34); participou da condição humana (Hebreus 2:14);
13. Sentiu dor humana. - Mateus 27:34.
14. Teve uma morte humana. - Mateus 16:21; 1 Pedro 3:18."
- Adaptado de Enciclopédia de Apologética, páginas 287, 288, Editora Vida, 1999, Norman Geisler.
Conforme observamos em comentários acima, o Catolicismo Romano reconhece que a Bíblia não ensina que Maria seja mãe de Deus, mas interpreta ser ela a tal porque Jesus é chamado de o Verdadeiro Deus. Com todo respeito aos católicos romanos, e até aos católicos carismáticos, essa crença nos é inconcebível, pois a Natureza Divina de Jesus por toda a eternidade preexistiu ao nascimento de Maria, de modo que ela só poderia ser mãe do "Jesus Cristo, homem", conforme Ele é chamado em 1 Timóteo 2:5.
O Que a Bíblia diz sobre a relação Maria e Jesus?
Em João 2:1-3, 19:25, Atos 1:14 e Gálatas 4:4, como as Escrituras chamam Maria em relação a Jesus? Mãe de Deus? Não! Observe:
"Três dias depois, houve um casamento em Caná da Galiléia, achando-se ali a mãe de Jesus. Jesus também foi convidado, com os seus discípulos, para o casamento. Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho." - João 2:1-3.
"Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele." - Atos 1:14.
"Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei." - Gálatas 4:4.
Observamos aqui Maria sendo chamada de mãe de Jesus, enquanto ele estava na terra (João 2:1-3), após a ressurreição de Jesus (Atos 1:14) e mais ou menos 25 anos após a ressurreição de Jesus. O problema, então, dessa tradição católica sobre Maria ser Mãe de Deus, não está meramente no fato de a Bíblia não dizer que ela fosse Mãe de Deus, mas no fato de apenas dizer que ela era mãe de Jesus, e que Jesus nascera de uma mulher. E até mesmo Jesus a chama de "mulher", conforme João 2:4.
Razões para não crermos que Maria seja Mãe de Deus
Primeiro, como vimos, a Bíblia não a considera como mãe de Deus. Segundo, a Bíblia apenas aconsidera como mãe do homem Jesus. Terceiro, Maria foi chamada de theotókos no concílio de Antioquia em 325 d.C. A palavra grega theotókos, que no português significa "deípara", ou seja, mulher que dá à luz um deus, com o tempo, assumiu um significado errôneo, ou seja, mãe de Deus. Assim, o propósito inicial do uso de theotókos era enaltecer a Pessoa de Cristo como Deus, e não enaltecer Maria. Quarto, se Deus tem mãe, Ele prestaria obediência a ela, o que é impossível e inadimissível. Finalmente, quinto, essa doutrina errônea deu sinal verde a outras heresias sobre a pessoa de Maria, as quais são analisadas em outros artigos.
Querido católico romano ou carismático, nosso amor por você é o nosso amor por nós mesmos. Somos gratos a Deus por sua vida, e o amamos tanto quanto amamos Maria. Caso você deseje repensar seus conceitos, aos quais direcionamos profundo respeito, faça-o mediante a Bíblia. Pergunte e peça, em oração a Deus, sempre em nome de Jesus, assim como Jesus nos ensinou em João 14:13, 14, o seguinte:
1. Meu querido Deus, em O nome de Jesus, ensinam as Escrituras Sagradas que Maria é a Vossa Mãe?
2. Meu querido Deus, em O nome de Jesus, Tu poderias me convencer da verdade, com o teu Espírito Santo, sobre o que a Tua Palavra, a Bíblia, ensina sobre Maria, e se eu a estou enaltecendo acima do que ela realmente é?
3. Meu querido Deus, em O nome de Jesus, se eu estiver errado em meus conceitos católicos sobre Maria, permita-me jamais deixar de amar o exemplo dessa tão digna mulher, e aprender dela, bem como de outros homens e mulheres de Deus, a agradar o meu único Deus Pai, Filho e Espírito Santo?
Fernando Galli, São Paulo, SP, julho de 2008.