quinta-feira, 7 de julho de 2011

DOUTRINAS DA CONGREGAÇÃO

Introdução: A Congregação Cristã no Brasil é vista por alguns como uma seita, por outros , como um movimento contraditório. Nosso objetivo nesta lição é demonstrar o caráter sectarista e exclusivista desta Igreja, pois suas doutrinas são fundamentadas em versículos isoladas das Escrituras e mal interpretados, como também vêem as demais Igrejas como seitas.

1. Fundador: Luis Francescon , nascido em 29 de março de 1866, na comarca de Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália. Imigrou para os E.U.A. chegando à cidade de Chicago, Estado de Illinois em 1890. Em 1891 teve compreensão do novo nascimento e aceitou a Cristo como seu Salvador. Em março de ano seguinte, junto ao grupo evangelizado pelo irmão Nardi e algumas famílias da Igreja Valdense, fundaram a Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, tendo sido eleito Filippo Grili como pastor e Francescon como diácono.

Rompimento com a Igreja Presbiteriana.

Luis Francescon começa a questionar o batismo por aspersão e conclui que a igreja estava praticando o Batismo de forma errada. E resolveu falar com a Igreja acerca deste assunto, o que fez, convidando a todos os membros da Igreja Presbiteriana para assistir ao seu batismo por imersão. O batismo foi realizado no dia 7 de setembro de 1903, onde compareceram cerca de 25 irmãos, dos quais 18, incluindo Francescon, foram batizados. Com a chegada do Pastor Filippo Grilli, da Itália, Francescon não pode fazer outra coisa que pedir seu desligamento daquela Igreja, e o grupo batizado, juntamente com ele, também se desligou, mesmo a revelia. Assim estabeleceram uma pequena comunidade evangélica livre reunindo-se na casa dos irmãos.

O Batismo com Espírito Santo:
Em fins de 1907, o grupo liderado por Francescon tomou contato com o nascente movimento pentecostal. No dia 25 de agosto de 1907, Luis Francescon recebeu o Batismo com Espírito Santo, e algum tempo depois o Pr Durham informou a ele que o Senhor o tinha chamado para levar sua mensagem à colônia Italiana, e o movimento foi se expandindo.

O Estabelecimento da Igreja no Brasil

Francescon e Giacomo Lombardi dirigiram-se ao Brasil em 8 de março de 1910, com destino a São Paulo. Parece, todavia, que de início seu trabalho foi pouco promissor, até que em 18 de abril, G. Lombardi partiu para Buenos Aires, e Francescon foi para Santo Antonio da Platina, no Paraná, chegando lá em 20 de abril de 1910, e deixou estabelecido ali um pequeno grupo de crentes pentecostais, o primeiro grupo desse segmento no Brasil. Ao retornar em 20 de junho para são Paulo, após um contato inicial com a Igreja Presbiteriana do Brás, ondealguns membros aceitaram a mensagem pentecostal, bem como alguns batistas, metodistas e católicos romanos,
surge a primeira "Congregação Cristã" organizada no país. A partir daí, o trabalho da Congregação Cristã espalha-se por onde existe colônias italianas, notadamente na região sudeste do país, principalmente nos Estados de São Paulo e Paraná, onde até hoje se concentram. Seu fundador, o ancião Louis Francescon, faleceu em 7 de setembro de 1964, na cidade de Oak Park, Illinois, USA.

O Desenvolvimento da Igreja.

Diante dos relatos acima, podemos ver que a história da Congregação Cristã não traz maiores diferenças que possam explicar sua posição sectária de hoje, mas no decorrer do tempo foram se adequando a certos individualismos . Baseados na história narrada pelo próprio Francescon, podemos declarar que o comportamento da congregação cristã hoje é bem diferente de seu fundador; pois o mesmo mantinha comunhão com irmãos de denominações diferentes.
Primeiramente, devemos ter em mente que a Congregação Cristã teve origem num ambiente teológico, onde dominava a doutrina da predestinação , de onde veio seu fundador e boa parte de seus primeiros membros. Isso, somado ao fato de que algumas profecias davam conta de que lhe seriam enviados os que haveriam de se salvar, além do fato de o ancião Francescon não ficar continuamente junto aos novos grupos, mas, como ele mesmo escreveu, esteve em nosso país cerca de dez vezes, em períodos intercalados. Esses fatos Com certeza causaram grandes vácuos na interpretação e orientação da liderança nacional, levando a surgir uma interpretação extremista dos conceitos calvinistas.

Doutrinas Da Congregação Cristã no Brasil:

Ao analisar o pensamento doutrinário da Congregação Cristã no Brasil, temos a impressão de que seus líderes criaram um Evangelho segundo a CCB. A maioria de seus adeptos defendem o pensamento errôneo de que a salvação só é possível na sua própria Igreja: "A gloriosa Congregação". Desenvolveram inconscientemente a doutrina da auto-salvação, ou da religião salvífica, e conseqüentemente, por tabela o monopólio da salvação, com todos os direitos reservados à CCB, uma espécie de "copyrigth".

a) Sobre o estudo da Bíblia.

A CCB ensina que o Espírito Santo dirige tudo, e não é necessário se preparar, examinar ou meditar nas Escrituras Sagradas. Sem dúvidas, o Espírito Santo opera poderosamente na vida de sua Igreja, mas isto não significa que devemos desprezar o estudo das Escrituras. É uma postura que desvirtua um dos propósitos de Deus, que é o exame de sua Palavra. "Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detêm no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite". ( Sl 1.1); Veja ainda 2 Tm 2.15; Sl 119.105; Pv 7.1-3; Dt 6.6-9; 1 Tm 4.13; 2 Tm 4.13; Pv 9.9; Sl 119.9-16; Sl 19.7-8; Sl 1.1-2. Essas referências já são suficiente para

provar que o pensamento da CCB é contrário a Palavra de Deus. Os membros da CCB não conhecem a Palavra de Deus e fazem questão de dizer que não sabem para dar a entender que tudo que falam provém do EspíritoSanto.

b) Sobre o Batismo.

A CCB não reconhece a Batismo efetuado por outras denominações, mesmo que seja por imersão em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo ( Mt 28.19), pelos seguintes argumentos: "o batismo de outras denominações cristãs está errado, porque utilizam a expressão "eu te batizo". A CCB entende que ao dizer "eu te batizo" é a carne que opera e o homem se coloca na frente de Deus. "O Batismo só é válido se efetuado com esta fórmula: Em nome do Senhor Jesus te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Parece que a CCB, além de não conhecer a Bíblia, desconhece também, a língua portuguesa. Que diferença há em dizer: "Eu te batizo" ou "Te Batizo". O sujeito não está oculto? Além do mais, se, pelo fato de utilizar a expressão "eu te batizo", estivermos aborrecendo a Deus , então João Batista teria ofendido a Deus, pois ele dizia "eu vos batizo com água..." Será que a CCB acha que João Batista era carnal e se colocava na frente de Deus?

c) A Saudação da CCB.

A CCB nos acusa de saudar com a "paz do Senhor". Citam para justificar esse conceito a seguinte expressão: "devemos saudar com a paz de Deus, e nunca com a Paz do Senhor, porque existem muitos senhores, mas Deus é só um. Essa acusação da CCB se desfaz em pó com somente um versículo que Paulo escreveu na primeira carta aos Coríntios 8.5,6, que diz: "Porque, ainda que haja também alguns que se chamam deuses, quer no céu como na terra( como há muitos deuses e muitos senhores). Todavia para nós há um só Deus, Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por Ele". A CCB não consegue entender que quando saudamos com a paz do Senhor estamos saudando com a paz do nosso grande Senhor Jesus Cristo. Conf. Jo 14.27.

d) O Ósculo Santo.

A CCB insiste em adotar costumes orientais, muitos deles registrados na Bíblia, como é o caso do ósculo santo, pensando com isto estar em posição espiritual superior à dos outros. Esse é um costume que perdura até hoje no oriente. O ósculo era uma maneira comum de saudar no oriente, muito antes do estabelecimento do cristianismo. Tem servido igualmente como parte da expressão judaica em suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto. Ver Gn 29.11; 33.4. Quando Paulo recomendou que se saudasse uns aos outros com ósculo santo, simplesmente estava falando de um costume existente. Caso fosse no Brasil, certamente seria mencionado o aperto de mão ou o abraço. Essa é uma questão cultural, que também não é compreendida pela CCB.

e) O Dízimo:

Ensinam os Anciãos da CCB que o dízimo é da lei e que é maldito e hipócrita aquele que dá e aquele que o recebe. A Bíblia ensina que o dízimo é santo; a CCB ensina que é profano. A Bíblia ensina que o dizimo é do Senhor (Lv 27.30); a CCB ensina que o dízimo é para ladrões. Jesus não condenou a prática do dízimo (Mt 23.33); condenou, sim, os hipócritas que desprezavam os principais preceitos da Lei de Deus, mas não condenou o dízimo praticado até pelo pai dos crentes, Abraão.( Gn 14.20). O Autor da epístola aos Hebreus falou sobre a prática do dizimo na atual dispensação. ( Hb 7.8-9). É estranho que a CCB combate o dízimo, mas instituíram as seguintes ofertas: Ofertas da piedade, oferta para compra de terrenos; ofertas para fins de viagens; ofertas para conservação de prédios e ofertas de votos. Isso que é hipocrisia, combatem o dízimo bíblico e ao mesmo tempo instituíram várias ofertas para suprir a ausência do dízimo. Convém ainda destacar que essas ofertas foram inventados por eles, sem nenhum fundamento bíblico. A Bíblia fala de dízimos e ofertas, mas não acrescenta nas ofertas esses nomes por eles acrescentados.

f) Sobre a liderança da CCB.

Para a CCB, existe somente o ancião e ensinam que todo pastor é ladrão . A irmandade inteira sai repetindo o assunto, como se fosse um eco do ancião. Condenam a função de presbítero mas ainda não descobriram que "Ancião" é a forma hebraica para presbítero no grego. Eles são tão incoerentes que no parágrafo 10 das doutrinas da CCB, diz: "Nós cremos que o Senhor Jesus Cristo tomou sobre si nossas enfermidades. Está alguém entre vós doente? Chame os Presbíteros da Igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor..." (Tg 5.14-115). Quanto às passagens que dizem respeito ao ministério da Igreja encontram-se em: Ef 4.11; Atos 6; Tt 1.5; Hb 13.7-17 etc. Certamente os membros da CCB as desprezaram, ou então, ignorantemente, dirão que essas passagens são espirituais, e não materiais. Só que quando se refere somente a ancião e diáconos, aí tornam-se misteriosamente materiais.

g) Sobre a pregação do Evangelho.

A CCB defende que não se deve sair para evangelizar, utilizando-se novamente de versículos bíblicos fora do contexto. Eis aqui os versículos citados pela CCB: Mt 6.5; Mt 7.6: Mt 12.18-21. Apegados a estes versículos a CCB busca desesperadamente justificar sua recusa ao "ide" do Senhor Jesus. Jesus não ordenou que seus discípulos esperassem, até que alguém sentisse que deveria aceitar o evangelho. Jesus jamais disse ao pecador:"Se sentires e fores ao templo será salvo". Ao contrário, Ele disse a Igreja: ": Ide por todo mundo; pregai o evangelho a toda criatura".,( Mc 16.15); Veja ainda: At 2.14-36; At 16.25-34; At 17.22-31; At 1.8; 17.17; 16.13; 21.15; Rm 1.14-15; 1 Co 9.16 etc. Esperamos que a CCB examine melhor as Escrituras e comece a viver um Evangelho sem máscaras...

h) Sobre a oração somente de joelhos:

A CCB diz que somos fariseus por oramos de pé. Se a oração fosse de fato como dizem, como poderíamos cumprir o que Paulo diz em 1 Ts 5.17 "Orai sem cessar". É verdade que o texto de Lc 18.11 declara que o fariseu estando em pé orava e sua oração não foi ouvida. Mas no v. 13 declara que o publicano achava-se também em pé e sua oração foi ouvida, V.124. Logo, não é a posição do corpo que influiu na resposta de oração, mas a situação do coração. ( Is 1.15-16; 9.1-2). A Bíblia aponta várias posições para oração: Oração de olhos abertos e em pé (Gn 18.22; Jo 11.41-42); oração sentado ( At 2.1-4); oração de cócoras ( 1 Rs 18.42; Oração no ventre do peixe ( Jn 2.1-3); Oração deitado na cama ( Is 38.2-3; Sl 4).

i) O Uso do véu e do cabelo

Os legalistas da CCB dizem que a mulher que corta os seus cabelos vai para o inferno e outros ainda acrescentam que é importante e necessário o uso do véu no culto. O texto, do qual a CCB tirou essa doutrina é I Cor.11:1-16. "A mulher cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e subordinação ao marido, e para demonstrar a sua dignidade. O véu significava que ela devia ser respeitada e honrada como mulher casada. Sem véu, ela não tinha dignidade; (conceito da época). A verdade é que o uso do véu era algo peculiar da igreja dos Coríntios, era um problema local. Não podemos transforma-lo em doutrina universal para a igreja! Mesmo porque, o apóstolo nunca jamais ensinou sobre o uso do cabelo e do véu para outras igrejas. Em nenhuma outra epístola iremos encontrar tal ensinamento. Contudo se as mulheres da CCB fossem praticar realmente o versículo, teriam que usa-lo fora da igreja também como fazia as mulheres da época, e não somente durante o culto! Tudo isso mostra a incoerência da CCB em sustentar uma doutrina extra bíblica.

Conclusão:
Procuramos destacar alguns pontos contraditórios da Congregação Cristã, ainda que sucintamente, mas cremos ser o suficiente para mostrar que essa denominação é exclusivista. Parece que o céu foi feito só para eles e que a salvação só existe em sua denominação e em questão de Bíblia só a interpretação deles é válida. Para eles somente sua liderança é Bíblica, somente sua maneira de orar é válida e a pregação do evangelho só é correta através de seus membros. Sem dúvidas, a Congregação Cristã No Brasil está completamente desviada de seus
propósitos iniciais. Precisa urgentemente voltar ao primeiro amor conf. Ap 2. 4,5