Islamismo
O Islamismo e a Jihad
>> Por Rosana Salviano, do website Eucreio.com.
Depois dos atentados nos EUA, há exatamente uma semana, o mundo volta seus olhos para os territórios muçulmanos. O Afeganistão, provável alvo de retaliações norte-americanas por abrigar Osama bin Laben - o principal suspeito dos atentados - tem 90% de seu território controlado pelo Taleban, uma milícia radical islâmica.
Jihad, Islamismo, Maomé, Alcorão... Você sabe o significado de cada um desses termos?
O que é o Islamismo
Originado na Península Arábica, o islamismo é uma religião que baseia-se no livro sagrado Alcorão e nos atos, ditos e ensinamentos do profeta Muhammad (no Brasil, Maomé). O nome da religião vem de "Islam", que, em árabe, significa submissão a Deus.
Hoje, o Islamismo é segunda maior religião do mundo - só perdendo para o Cristianismo.
As Doutrinas
Os muçulmanos crêem num único Deus (Allah), onipotente, que criou a natureza por meio de um ato de misericórdia. Consciente da debilidade moral da humanidade, Deus enviou profetas à Terra. Adão foi o primeiro e recebeu o perdão divino (o islamismo não aceita a doutrina do pecado original). Muhammad é considerado o último profeta enviado por Deus. Para os muçulmanos, Jesus Cristo foi apenas um desses mais de 124 mil profetas enviados: não é Deus e não foi crucificado na cruz.
Suas doutrinas seguem cinco pilares fundamentais:
1 - Testemunhar que "Não há deus senão Deus, e Muhammad é o mensageiro de Deus";
2 - Orar cinco vezes ao dia em direção a Meca (berço do islamismo e lugar sagrado);
3 - Pagar o tributo, Zakat, que corresponde a 2,5% da renda anual do muçulmano para caridade;
4 - Jejuar no mês de Ramadã, época em que comer, beber e manter relações sexuais são atividades proibidas entre a alvorada e o anoitecer;
5 - Fazer uma peregrinação a Meca, para aqueles que têm condições. A peregrinação a Meca é realizada por até 3 milhões de muçulmanos no mundo. Religiosos viajam para Meca de lugares tão distantes como Argentina, Índia, Líbano, França e Mauritânia.
Ainda de acordo com a doutrina islâmica, o equilíbrio entre as boas e más obras é que determina o destino eterno no paraíso ou no inferno. A Bíblia é aceita, mas considerada corrompida; por causa disso, seu livro sagrado é o Alcorão, onde estão as revelações dadas a Maomé.
A Jihad
Há muitas controvérsias e interpretações a respeito da Jihad. Segundo algumas organizações muçulmanas, a palavra árabe "jihad" significa "esforço" ou "empenho" e se aplica a todo esforço ou empenho despendido na execução de qualquer ação.
Para os autores desse tipo de interpretação, a tradução de "jihad" como "guerra santa" é fruto da mídia ocidental. Eles afirmam que de acordo com os ensinamentos islâmicos, não se deve estimular ou começar uma guerra - embora "algumas sejam inevitáveis ou se justifiquem". "Desafiamos qualquer pesquisador a encontrar no Alcorão, ou nas coleções de Hadith, ou em qualquer outra literatura islâmica, o termo jihad com o significado de guerra santa", escreve uma organização islâmica em seu site.
No Alcorão, o termo "Jihad" ganha alguns significados especiais, mesmo para os opositores ao uso do termo "Guerra Santa". Em qualquer um dos casos - traduzido como "guerra" ou como "empenho" -, "jihad" pode ser colocado como "esforço" para preservar o homem, a liberdade ou qualquer outro preceito considerado importante e benéfico no Islã.
Mais do que uma luta em favor da expansão religiosa, o Islamismo é uma causa política, sempre ligada à conquista e domínio dos territórios. No Alcorão, a missão do profeta Maomé é vista como uma forma de "libertação" do homem da tirania e da exploração dos sistemas opressores. "E o que vos impede de combater pela causa de Deus e dos indefesos, homens, mulheres e crianças? Que dizem: Ó Senhor nosso, tira-nos desta cidade (Makkah), cujos habitantes são opressores. Designa-nos, de Tua parte, um protetor e um corredor." (Alcorão Sagrado 4ª Surata An Nissá, versículo 75).
Para os seguidores da fé islâmica, seguir os passos de Maomé é continuar na luta por socorrer os povos "oprimidos". "Após repetidos pedidos de ajuda pêlos oprimidos da Espanha, os muçulmanos libertaram aquele país dos governantes tiranos. Após a conquista da Síria e do Iraque, os cristãos de Hims disseram aos muçulmanos: Gostamos de seu governo e de seu sistema de justiça muito mais do que o estado de opressão e tirania sob o qual vivemos até agora", anuncia um artigo de defesa à expansão muçulmana.
Vários outros pontos do Alcorão também incitam a Jihad - seja como "Guerra Santa" ou "empenho" para defesa da fé:
- "Aqueles que creram, migraram e combateram pela causa de Deus poderão esperar de Deus a misericórdia, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo." (Alcorão Sagrado 2ª Surata Al Bacara, versículo 218)- "Pretendeis, acaso, entrar no Paraíso, sem que Deus Se assegure daqueles, dentre vós, que combatem e que são perseverantes?" (Alcorão Sagrado 3ª Surata Al Imram, versículo 142)
- "Certamente que vos poremos à prova mediante o temor, a fome, a perda dos bens, das vidas e dos frutos. Mas tu (ó Mensageiro) anuncia (a bem-aventurança) aos perseverantes." (Alcorão Sagrado 2ª Surata Al Bacara, versículo 155)
- "Somente são fiéis aqueles que crêem em Deus e em Seu Mensageiro e não duvidam, mas sacrificam os seus bens e as suas pessoas pela causa de Deus. Estes são os verazes." (Alcorão Sagrado 49ª Surata Al Hujjurat, versículo 15)
- "Combatei pela causa de Deus, aqueles que vos combatem… E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus." (Alcorão Sagrado 2ª Surata Al Bacara, versículo 190 e 193)
- "E se suspeitas da traição de um povo, rompe o teu pacto do mesmo modo, porque Deus não estima os traidores." (Alcorão Sagrado8ª Surata Al Anfal, versículo 58)
Radicalismo
No Oriente Médio concentra-se a maior parte das ramificações radicais do Islamismo. São governos islâmicos que muitas vezes têm como opositores outros grupos muçulmanos menos extremistas.
Em alguns países como o Afeganistão, o islamismo presente obriga a população a seguir determinações severas. Nesses países, embora islâmicos de outras partes do mundo condenem, há perseguição aos cristãos e seguidores de qualquer outra religião que não seja o Islã. A punição para um muçulmano que converte-se para outra fé, por exemplo, pode ser a morte por enforcamento.
Na Indonésia - o maior país Islâmico do mundo em relação ao número de muçulmanos, com 80% da população seguindo ao Islamismo e apenas 8% de cristãos - religião e estado se confundem e os conflitos religiosos ocorrem quase que diariamente. De acordo com estimativas de agências internacionais, só nos últimos dois anos, 8 mil pessoas morreram e 500 mil ficaram desabrigadas nas lutas entre cristãos e muçulmanos nas ilhas Moluccas, palco das principais tragédias (Veja especial com fotos).
Em Israel e por todo o Oriente Médio, o mundo assiste há décadas um dos maiores e mais trágicos conflitos da humanidade: a luta por Jerusalém. De um lado, os judeus israelenses; do outro, os árabes palestinos muçulmanos. Ambos disposto a matar e morrer por sua causa: os primeiros, por verem ali sua promessa de Terra Santa; os segundos, por considerarem a cidade a capital ideal do futuro "Estado da Palestina".
Paz
Com os atentados aos americanos, cresceu a oposição aos muçulmanos espalhados por todo o mundo. Nos EUA e Europa, várias mesquitas foram atacadas e muitos muçulmanos foram feridos e até mortos - só nos EUA, a polícia investiga mais de 30 assassinatos ocorridos nesta última semana. Até no Brasil, onde diversas religiões convivem pacificamente, há temor entre os seguidores do Islã.
Em vários apelos, governantes do mundo inteiro lembram que nem todo muçulmano é radical e favorável às guerras e ao terrorismo - pelo contrário. A nós, cristãos, seguidores das doutrinas de Jesus Cristo e participantes do Seu Reino, cabe neste momento a intercessão pela Paz e a prática do amor pregado pelo Filho de Deus. Afinal, sabemos que "não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo das trevas e contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes." (Efésios 6:12).
Fonte: Rosana Salviano, do website Eucreio.com. Informamos que a matéria está divulgada de forma integral e sem alterações ou cortes no texto. Fomos autorizados formalmente pelo website Eucreio.com a poder colocar a matéria no Tabernaculonet.